Domingo, 24 de Janeiro de 2010

Após uma certa ausência causada por razões que demoraria demasiado tempo a nomear, aqui estou eu.

Há pouco tempo, o meu irmão disse-me que este blog era demasiado triste. Disse-lhe que um dia escreveria aqui uma anedota só para ele. De facto, fiquei desmotivada. A minha escrita é como que um reflexo de mim. Do que sou hoje e fui em tempos. E do que ainda poderei vir a ser. Por que razão é a poesia melancólica? Por que razão é a escrita intimista algo triste? Não vos sei dizer. A única razão que encontro é que provavelmente todos nós somos melancólicos e tristonhos quando nos referimos a quem somos de verdade. Um sorriso é sempre real, não o vou negar. Mas quando escrevemos não é isso que se revela. Há sempre algo mais profundo, que quase sempre é conotado como triste, deprimente. Pelo menos para quem não lê, de facto. Quem se limita a ler o que vê, sem pensar no que está por detrás. A esses não posso, de todo, ensiná-los. Posso apenas confirmar perante todos vós que sou uma pessoa alegre e de bem com a vida. Tenho os meus momentos como qualquer um mas não vivo em constante sofrimento.

Assim, os meus textos continuaram a ser fragmentos de mim e do que sou. Se são demasiado tristes, peço desde já desculpa. Um dia serão alegres. Se assim tiver de ser.

 

Obrigada.

 

 

Até breve.

 


Música: Janis Joplin - Piece of my heart
Sinto-me A passear pelo Chiado.

publicado por Caty. às 17:58 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2010

 

De um fragmento para outro, percorro-me sem tendências. Sou de uma veloz tinta branca. Caminho, por entre passos apressados, ocultos na escuridão. Luz cintilante coberta de pó. Limpo a cara. Levo os dedos ao rosto. Escondo-o. Submerso em chamas azuis e verdes, recrio o mundo. Pinto-me de preto. E depois de amarelo. Sol. Lua. Vento. Leva-me para longe a humilde sensação do vestido rosa. Baloiço-me em sublimes relíquias de doçura. Deixo-me cair. Levanto-me. Novamente a queda. Seduzo o arco-íris. Loucura febril de mim. Socorro.

Música: Yan Tiersan - La Valse d'Amelie Poulain
Sinto-me Feliz?

publicado por Caty. às 00:11 | link do post | comentar

Quarta-feira, 6 de Janeiro de 2010

 

Ao de leve, lenta brisa te toca. O som espalha-se no azul céu.

O que era?

Lentamente, descobres o secreto caminho para casa.

O vento sopra com mais força.

Sussurro ténue ao teu ouvido: "Fecha os olhos, loucura".

Sorriso dentro de Ti.

Ilumina-se o branco rosto que tanto escondes. As mãos, antes pesadas, sobem ao mundo. Agarram o alheio.

Crias um Universo de densos e sensiveis tactos. Longos e fugazes sons.

Efémero esse teu devaneio de que a vida é bonita.

Momento de veloz suplica ao mar. Ondas cortantes na costa.

É o fim?

 

 


Música: Aretha Franklin - Rescue Me

publicado por Caty. às 20:31 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Domingo, 3 de Janeiro de 2010

 

Deixo-me levar. Vou, com a incerteza do regresso. Sem despedidas. Na verdade, sem nada. Sou infeliz? Calimero? Não. Vejo-me, sim, rodeada de mim e de gélidas lágrimas que rolam no meu rosto. Deambulo, por entre as trevas, num pesaroso caminho que não é o meu. Nem nunca será. Fugir? Será esse o meu destino, talvez. Destruo o mundo que tenho nas mãos. Escorre-me tristeza pelos dedos. Nenhum esforço faço para a agarrar. Eu caio, também. Desamparada, estilhaço-me. Parto-me em mil pedaços. Sou eu, novamente, mas sem apoio. Qual corda bamba. Só. Rodeada agora de uma solidão sombria. Fria. Silenciosa. Inutil. E os meus olhos enchem-se de água. Também ela fria.

 

 


Música: Yan Tiersan - La valse d'Amelie

publicado por Caty. às 20:05 | link do post | comentar

 

O que sou eu, afinal?

Alguém sem rumo. Sem história.  Mas com passado. Só meu. Sem coerências. Como o tempo que passa, desagregado de sentido. Não interessa com que se depara. Segue o seu caminho. Tal como eu. Sigo o meu rumo. Sem pressas e sem destino. Sigo. Em silêncio. Sozinha. Longe de um mundo desenhado para mim. E para o resto das pessoas que por mim passam. Não as conheço. Nem elas a mim. Somos desconhecidos aos olhos uns dos outros. Não me interessa o que pensam ou sentem. Apenas abro os braços aos que na minha Vida entram sem malicias. E eu mostro-lhes o caminho. O meu? Talvez. Sem receios, confio no destino. E no fim da viagem, continuo sozinha. Mas com alguém do meu lado. Quem?


Música: Mafalda Arnauth . Meus lindos olhos
Sinto-me Cansada.

publicado por Caty. às 01:23 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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