Não sei para quem falo. Não sei quem me ouve. Descobri, recentemente, que estou sozinha. Aguentem-se. Não estou totalmente só. Estou apenas sozinha. Depreendo que o tenham sentido, pelo menos, alguma vez na vida. É de um extrema arrogância, bem sei. Mas a irritação que por vezes sinto deixa-me pensativa.
Notem que nunca somos plenamente humildes. Por muito que apregoemos tais clichés, na mais pura das realidades estamos sós e impomos experiências aos demais transeuntes da nossa vida. Basta um simples clique e tudo o que somos nos é roubado. As nossas histórias passam de mão em mão. Outros se riem dos nossos momentos como se fossem deles. Das nossas raivas, até. Poderiam pensar vocês que sou egoista e que até reivindico sentimentos. Verdade que gostava de ter, uma vez na vida, algo meu. Não totalmente, como bem me entendem. Apenas queria dizer ao mundo que me bate à porta a verdade sobre mim. Sou assim e nada nem ninguém pode alterar isso. Mentirinha grande, esta... Na verdade, com eufemismos vos transmito que a minha identidade foi roubada. Dilacerada por incompetências apenas por mim criadas.
Não nego a infelicidade cortante que me assombra ao sentir que sou alvo de hipocrisias e condenções mas também não escondo a verdadeira felicidade ao sentir que me procuram para uma frase roubar. Ou um gesto. Ou um momento.
Deixei de ser eu no momento em que me tornei publica. No breve instante em que as consequências da confiança não passavam de ilusões. Aprendi com o erro, meus caros. Hoje abstenho-me de exaltações e contenho a ira. Sou eu... Mas só para mim.
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