Nunca tenho bem a certeza do que é a vida. Nem se estou a vivê-la ou a afogá-la.
Sei que me vejo crivada de obsessões. Sei que me julgo sê-las. Quero sê-las. Mas, ao afagar o pêlo bondoso da realidade vejo-me apenas vazia de escrúpulos para tornar a minha vitória outra obsessão.
Como posso ser uma apaixonada se é o amor que me corrói os músculos?
Como posso suspirar quando o único sol que vejo se chama Desgosto por parte do espírito?
Não sei o que é a vida. Nem posso sabê-lo. É o medo do Outro que me impede de (sobre)viver.
Então escrevo na solidão dos dedos. Vejo-me ao espelho do papel. Deixo a tinta corroer-me.
Talvez, num ataque de ansiedade e afectos, só saiba viver no dia em que souber estar sozinha. E acompanhada.
Quem sabe se a angústia afinal não é a da página em branco mas a da página escrita.
Quem sabe…
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