Boa noite a todos.
Começo por pedir desculpa aos leitores pela falta de notícias. Na verdade, não sei o que aqui escrever. Posso falar sobre o Natal, o tempo, as férias... Mas não. Não me apetece escrever sobre nada. Embora tenha uma ligeira (e crescente) vontade de escrever sobre tudo.
Por onde começar? Tem sido esse o meu problema desde sempre. Nunca sei como começar um parágrafo. Uma simples frase desiste de mim. Pena sinto mas não luto contra isso. Sim, chamam-lhe inércia. Eu chamo-lhe preguiça. Embora forçado, esboço um sorriso ao primeiro (e único) tema que vos vou apresentar: é Natal!
- E?
- E eu gosto muito do Natal...
- Porquê?
- Sei lá. Gosto. É um momento diferente no meu ano.
Esgotei as respostas. O que é mesmo o Natal? O que celebramos nós? A família? A amizade? A solidariedade?
Que tristeza... Chove lá fora com agressividade cortante e eu aqui sentada a escrever sobre um tema tão gasto e ao mesmo tempo tão novo. A verdade, caríssimos, é cruel: eu estou desiludida com o Natal. E vocês? O que é isso? Uma época de quê, afinal? Consumismo, talvez. Claro que a sua magia nos traz surpresas: recebemos mensagens de pessoas que não vemos há dois ou três anos, as confusões e discussões são deixadas de lado... Ou não. Ou fica tudo na mesma situação em que a distância não diminui, nem a mágoa. Se o ressentimento se evaporasse porque é Natal não faria sentido e por isso nunca existiria. Mas vá, deixando os cepticismos de lado, até posso concordar que é sempre uma época diferente. As pessoas parecem diferentes. Para melhor, creio (diz-me a observação profunda a que me tenho dedicado). Mas não passa daí. Não vejo evolução no sentido positivo e feliz. Eu bem sei que o mundo não está fácil nem agradável. Ainda agora, uma noticia prende-me a atenção por instantes: crianças que não têm o que comer. Como é possível, senhores e senhoras, esta desigualdade e esta monstruosidade? Arrepia-me saber que há por aí tanta gente que não vai ter um Natal feliz. Mas este texto sem propósito nenhum ganhou agora um objectivo. Sim, este tornou-se um texto de solidariedade. E assim, sem demoras, porque todos os meus caros leitores já devem estar fartos de mensagens natalícias, eu me despeço. Não sem antes desejar a todos um feliz Natal. E estou com aqueles que este ano podem não ter uma casa ou comida para em familia disfrutarem de um bom Natal.
Um grande bem haja a todos e "sejam felizes".
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