Há uma euforia imensa da minha parte quando o século XIX surge na minha literatura. Se é obsessão, curiosidade ou, simplesmente, uma noção do que não vivi, vivendo, não sei.
O estilo vitoriano é agradável. E rude, ao mesmo tempo. É essa precisa dualidade que me inspira o gosto e me requinta a alma. As razões que me levam a Jane Eyre, O Monte dos Vendavais ou ao cruel e amoroso Drácula não são racionais: o espirito que sobrevive nesta literatura é superior à razão.
Apercebo-me que a tentativa dos autores em recriar o mundo é mais do que uma simples tentativa. É uma conquista pelo saber Ser Humano.
Se pensarmos num Dr. Jekyll sentimos um Mr. Hyde. Penso que é aí que reside o espirito romântico. Esse lado obscuro e em tons carregados que mais nenhuma literatura pretende. Esse Ser completo que é um e outro. Essa luta entre o bem e o mal que, narrativamente, existe em dois e na realidade é só Um. Essa pretensiosa (e conscienciosa, quem sabe) dualidade que não nos destrói com Pessoas mas nos eleva a um estado de perfeição. Só os românticos observaram o equilíbrio. A existência do lado lunar. O ser bom enquanto se é mau.
Mas, na verdade, o que mais espanta é a necessidade de criar a narrativa simplificada. O objecto de escrita não é a acção. Cada personagem existe por si. É caracterizada. É realizada através do seu psicológico. São as personagens que representam a acção. São elas que dão o nome à obra. Anna Karenina é a protagonista, a narrativa e o nome do romance de Tolstoi. Jane Eyre segue a mesma linha. E embora uma sucumba à sua teia de consequências, a segunda realiza-se e transforma-se. Evolui, portanto.
Ainda assim, a literatura do século XIX é repleta de recantos, de momentos escuros e de personagens "horríveis" e suplicantes. Uma literatura que está para além da escrita. É, sem dúvida, uma necessidade de mostrar o Mundo ao mundo.
Caty.
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